#quartaascinco – Raquel Sant’Ana debate a participação pública de evangélicos no Rio de Janeiro

O Núcleo de Estudos e Projetos da Cidade CENTRAL recebeu na última quarta-feira, 25 de setembro, a antropóloga Raquel Sant’Ana (CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) que apresentou seu trabalho “O reino e a rua: marchas e canções na disputa por formações estéticas evangélicas”. Trata-se do desenvolvimento de sua tese de doutorado defendida em 2017 no Museu Nacional – UFRJ, na qual Sant’Ana analisa a construção de e a disputa por uma coletividade evangélica, a partir da realização de etnografias das chamadas Marchas para Jesus.

Assunto incontornável na conjuntura nacional, a participação social e política dos evangélicos tem aparecido nos últimos anos como uma questão central da vida pública carioca e fluminense. O Rio de Janeiro, como uma das capitais brasileiras com maior porcentagem de evangélicos na população, tem servido como laboratório para religiosos que incursionam no mundo da política. A pesquisa apresentada por Raquel Sant’Ana sobre as Marchas para Jesus ajuda a compreender como, a despeito da imensa heterogeneidade entre os grupos enquadrados sob a classificação de evangélicos, alguns setores têm se apresentado ao debate público como “aqueles que falam enquanto evangélicos” e que, por isso, poderiam reivindicar maior espaço, por exemplo, na política institucional do país. Segundo Raquel Sant’Ana, “a Marcha pode ser pensada como parte de uma batalha mais ampla que é travada no cotidiano, mas cuja conclusão se dá em âmbito nacional”.

O evento contou com a participação de um público estudantil diverso, composto por alunos dos cursos de Geografia, Letras, Ciências Sociais, Serviço Social e Cinema. A Professora Maria Alice Rezende de Carvalho, coordenadora do CENTRAL, relaciona apresença desse público à necessidade que os alunos sentem em tratar os temas urbanos desde uma perspectiva multidisciplinar: “A presença desse público estudantil heterogêneo, proveniente de distintos programas da nossa universidade, demonstra o anseio dos estudantes em tomar parte em discussões interdisciplinares, que possam abordar as questões que nos afetam como cidadãos de um modo mais transversal, procurando dar conta dos distintos aspectos dos temas analisados”. Professora Maria Alice também aproveitou para lembrar aos presentes que, como parte das atividades de extensão da PUC-Rio, os encontros do #quartaascinco são abertos ao público e que, portanto, todos (inclusive os que não fazem parte da comunidade acadêmica) são muito bem-vindos.

Por Caique Bellato